• OPINIÃO •

Dirceu Kath.

Dirceu Kath.   |   Variados   |   01/04/2019

1º DE ABRIL

Quando eu era criança fui algumas vezes enganado com brincadeirinhas de primeiro de abril. Aquelas mentirinhas sem maldade que eram feitas nesta data em que se comemora o dia da mentira. Embora, ela provavelmente faça parte da história da humanidade, mentir já foi pecado, coisa do diabo e de gente que não presta. A gente apanhava, sofria, perdia, mas não mentia. Mentir para os pais era sinônimo de surra na certa. Eu não me ariscava, não tinha essa coragem, porque sabia que o castigo era impiedoso. Com o passar do tempo a mentira contaminou o ser humano, e mentir passou a ser um talento. Para se dar bem na vida, ou ter sucesso, a mentira virou aliada. Verdade e sinceridade, passaram a ser vistas como coisa encrenqueira, polêmica, em síntese, coisas reprimíveis. Isso devota o fato de que a mentira que já foi coisa feia, passou a ser instrumento valioso na busca da conquista e da enganação. Feio não é mentir. Tolo e bobo é que se nega a usar deste instrumento. Mentir, virou moda. Mas o catecismo que meus pais me ensinaram, me fazem resistir esse avanço. Prefiro a verdade, doa onde doer. Se mentir já foi uma diversão, atualmente não passa de enganação. A mentira, deixou de ser inocente, para se tornar coisa séria. Se aninhou nos recônditos da alma humana. Tenho saudades dos tempos em que mentira não passava de uma diversão que se comemorava em primeiro de abril.